Marina Abramovic
Fui à exposição de Marina Abramovic este ano aqui em São Paulo, não me lembro a galeria. Havia muito o que interagir e muito a se retrair, evidentemente. Algumas das propostas da moça eram do tipo: “deite -se nu e sinta ou cheire ou”. Sempre lançando uma onda ao vistante de desejo de fazer aquilo, e de reiterado pudor. De vontade de e impotência, no meu caso. Experimentei a maioria das propostas vestida, algo canhestro. Recolhi algumas imagens em pequenos vídeos, que mostrarm-se horrorosos. Foi o que consegui.
Interessei-me, atrai-me, sobremaneira, por umas tumbas cheias de camomila dentro, lindas. Mórbidas, mas muito convidativas em seu aparente confoto. Nada confortáveis de fato, mas não era esta a idéia. Óbvio.
Por que Marina Abramovic agora depois de passada a exposição? Porque ela e seu trabalho só me vieram à veneta agora e eu não tenho nenhum compromisso aqui em estar atualizada com nada. Absolutamente nada. Uma exposição é como um livro, que pode só fazer sentido muito tempo depois. Não há regra. E sobretudo não há regra neste blog. Álias, acompanhando minhas preferências estéticas e obssessões temáticas dá para entender o porquê de Marina, de alguma forma creio que sim.
Há uma tensão, um estar no limite, um por um triz que me interessa muito no trabalho dela. Vendo algumas coisas com mais rigor nos últimos tempos, percebi que gosto mais das performances e vídeos dela do que das suas instalações.
Amo este aqui, uma narrativa “familiar”, das que me calam fundo.
Rhythm 10 (“The Star”, 1999)
E estes outros evidentemente mórbidos. Eros e tanathos, uma necrofilia básica, que a arte sublima.
Bienal de Praga
Vídeo de uma obra dela em algum lugar