Vai passar

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Pretérito imperfeito

Que o pen drive queimasse, e a usb não fosse saída, que a conexão caísse e ele sumisse, que a comida estragasse, dentro, que aquilo tudo o que ela tivesse seguro, fosse, e que tudo bem, que o subjuntivo era até bonitinho, que ela aguentasse aquilo por um tempo, que passasse, que ela ligasse o foda-se.

Blue, sem número

Este cartaz de Ascensor para o cadafalso, de Louis Malle, com a estampa de Jeanne Moreau não podia ser mais azul e mais bonito e mais, pois é. Fiquemos com ele, sinalizando o suspense nosso de cada dia.

Ficar

E ela me disse coisas pequenas e grandes e médias, mas todas elevadas, muito elevadas. Das que não afogam nem embriagam nem cegam nem tiram o chão nem nada por aí. Coisas belas que se parecem com flores e nada tem a ver com elas, e que se parecem com gatos para quem gosta de gatos. Falou de paixões segundo Mateus, Marcos, Vinícius e outras mais, sem melar. Até de G.H., sem apelar para epifanias, hoje tão banais. Disse de sua queda por surfistas e outras mais, da morte contra um céu de brigadeiro, da despedida sem fogos de artifício, das marés e das ondas e do leite condensado. Do quanto doía viver por contraste e destoar e não destoar. E gritou também, mas em voz aural ou interna, porque nem tudo ficava bem. Abusou de palavras gastas, mas disse que eram aladas, e explicou o porquê. No limite, onde ela parecia estar, o que tinha de mais sublime divisava com a Grécia, e eu gostei daquilo. Era possível olhar para ela em plena Vila Madalena e vê-la do tamanho que era e ainda subir, a ponto de, avante, quase lá, sem cair, sem deixá-la, e ficar.

Nostalgia, Hermeto

Amo de paixão este LP, nunca o vi em CD. Tenho gostado da iniciativa de disponibilizarem faixas pelo YouTube sem clip, sem nada. Não precisa, em alguns casos, como esse, é bem salutar, aliás.

P.S.: Sorry a toada hermética do blog. Em tempo: o post dos cavalinhos se presta tanto à “Nostalgia” quanto a “Saudosismo“. O Sorriso em geral dá estas ligas.

Tentamos inventar

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Chega de saudade, a felicidade

Um ano de blog neste endereço.

Ex Libris II

arte de ana triestam

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Ex Libris

Avó do avô.

Baobá

E ela me disse que eu ficava à sombra, ou coisa parecida, eu disse que não, que eu queria ter patas de tigre e salto nos pés, ao mesmo tempo, que eu queria mais. Ela disse que não era o suficiente, que eu deveria nem mais nem menos botar pra fora um elefante, uma coisa logo imensa, porque assim não haveria árvores que me cobrissem. Mandou que eu parasse de brincar com bichos pequenos, que eu desse o meu gato e meu mini-cacto e falasse alto e com as mãos pra cima e coisas assim que não se usam, mas servem. Eu disse que sim, que era pra já, que ela estava mais é certa, que eu ia mudar, do dia pra noite, pro lado que ela mandasse, por cima de mim, à jato, que muito obrigada, que ela era boa demais e tudo isso que se diz a quem se preocupa. E logo depois, o quanto antes, porque ouvido não é penico nem isso nem aquilo, saí à francesa, como quem não quer nada e precisa muito.